Como a Economia Solidária é inserida na realidade da população em situação de rua? Reflexões relacionadas à exclusão social e à construção de um mundo novo farão parte dos debates do Seminário “População em Situação de Rua e Economia Solidária: construindo uma nova sociedade”, que vai ser realizado entre os dias 3 e 4 de maio, em Curitiba.
A atividade é construída pelo Cefuria em conjunto com Tecsol – Incubadora Solidária e o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), e é destinada a integrantes de empreedimentos econômicos solidários, pessoas em situação de rua e representantes de instituições públicas e da sociedade civil que atuam com essa população.
Os dois dias de atividade serão de intensa troca de ideias e experiências. Integrantes de empreendimentos econômicos solidários e de movimentos sociais ajudarão a refletir desafios e possibilidades da organização popular através da Economia Solidária.
Para isso, participarão do evento representes de Padarias Comunitárias, de Clubes de Troca, da Feira Permanente de Economia Solidária, do Movimento de Catadores de Material Reciclável e da População em Situação de Rua. Experiências de outros estados também devem contribuir para o debate.
O seminário integra as atividades realizadas dentro do projeto Coopera Rua, desenvolvido através de parceria firmada entre Cefuria e o Ministério do Trabalho e Previdência por meio da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes).
As inscrições são limitadas, e podem ser feitas aqui. Veja abaixo a programação
Necessidade de um mundo novo
O cenário político, econômico e social de intensos conflitos e ameaças a direitos já conquistados aponta para a necessidade de fortalecimento de novas formas de relação. A Economia Solidária é uma alternativa ao modo capitalista excludente de produzir e de consumir.
Baseada nos princípios da cooperação, solidariedade e autogestão, essa economia valoriza o trabalho humano, o respeito à natureza e o consumo responsável.
Mas como a Economia Solidária se relaciona com as pessoas que estão em situação de rua?
As pessoas que estão nessa circunstância tem mais dificuldade de se inserirem no mercado de trabalho formal, em razão do preconceito que sofrem. Diferente da economia capitalista, a Economia Popular Solidária tem espaço para todos e todas.
Ela não é excludente, e valoriza cada trabalhador e trabalhadora. A partir do entendimento que todos e todas têm diferentes saberes e possibilidades de contribuição, essa economia possibilita o resgate da dignidade de diferentes pessoas que estão ou não em algum tipo de vulnerabilidade social.
Dentro da Economia Solidária trabalhadores e trabalhadoras trocam conhecimentos e afeto, em uma relação de igualdade e horizontalidade – não há patrões nem subordinados.
Fomentar essa forma alternativa de economia é uma das maneiras de romper com essa exclusão social histórica. Mudar a lógica da competitividade e do consumo exacerbados é também um passo para a construção de uma nova sociedade.