Com o cenário de um golpe em curso cada vez mais desenhado, os movimentos sociais e classe trabalhadora vão às ruas de todo o Brasil neste dia 31. Além de uma grande mobilização planejada para Brasília, outros atos acontecerão simultaneamente nas principais cidades do Brasil. Em Curitiba a agenda contra o golpe será às 17h na Praça Santos Andrade, no centro da capital paranaense.
“O que estamos vendo é um golpe em curso. Não há dúvida disso. O jogo político começa deixar os bastidores para que toda a sociedade possa acompanhar as tentativas de alijarem um mandato conquistado com mais de 54 milhões de votos. Qual será o resultado disso? O enfraquecimento das instituições brasileiras e, claro, um golpe nos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”, analisa a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz.
O ato programado para o Paraná contará com a presença de representantes de diversos setores da sociedade, além dos próprios movimentos sociais. Artistas organizam atos culturais para animar a mobilização programada para esta quinta-feira.
“Há muito tempo o problema deixou de ser partidário. Defendemos a nossa jovem democracia que ainda carece de amadurecimento. Não podemos deixa-la morrer de forma tão prematura”, argumenta.
Direitos – Na pauta do golpe, segundo Regina, ainda escondem-se outras intenções não tão republicanas. Uma agenda de retrocesso dos direitos dos trabalhadores faz parte das prioridades da oposição, inclusive, do vice-presidente da República, Michel Temer.
“A Ponte para o Futuro, do PMDB, tem na sua essência a retirada de direitos dos trabalhadores. Em um governo com esta composição facilmente seriam aprovados projetos como o PLS 30/15 que foi aprovado na Câmara como PL 4.330. Este projeto escancara as terceirizações e será o fim da CLT, da Carteira de Trabalho e tantos benefícios conquistados com muita luta há décadas”, exemplifica.
Outros projetos de lei como o PLS 555 e o PLS 131 que, respectivamente, abrem as portas para a privatização e retira da Petrobrás a exclusividade na exploração do pré-sal terão reflexos diretos na vida dos trabalhadores. “Com o PLS 555 as estatais estarão com caminho aberto para privatização, o que na prática, significa a redução de programas sociais destas empresas para início de conversa. Já o PLS 131, além de tratar da soberania nacional, significará perdas de bilhões de reais para a educação com a redução dos royalties destas camadas”, concluiu.
FONTE: Brasil Popular