Nota contra despejo da Ocupação Tiradentes está aberta a novas adesões

Tiradentes

Cerca de 800 famílias acampadas na ocupação Tiradentes, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), estão sob ameaça de despejo. A comunidade existe desde 17 de abril de 2015, e reúne famílias de bairros vizinhos e de municípios do interior do estado.

Movimentos populares e sociais, entidades sindicais, organizações e partidos lançam uma nota em apoio às famílias e em repúdio à decisão judicial. A carta está aberta a novas adesões, que podem ser enviadas para o e-mail somostodostiradentes@gmail.com.

Ajude a divulgar a campanha #SomosTodosTiradentes. Acesse a página: https://www.facebook.com/somostodostiradentes

Leia a nota na íntegra:

Nota contra o despejo da Ocupação Tiradentes

Viemos por meio desta nota pública apoiar a luta pelo direito à moradia digna e manifestar solidariedade à Ocupação Tiradentes, que reúne cerca de 800 famílias na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), região Sul da cidade, e que está sob ameaça de despejo. Desde 17 de abril de 2015, a Ocupação Tiradentes se tornou um espaço de subsistência para centenas de pessoas vindas de vilas, bairros próximos e do interior do estado.

Apesar de ser questionada a propriedade do terreno ocupado, apresentando irregularidades explícitas, uma recente decisão judicial ordenou o despejo das 800 famílias moradoras da Ocupação Tiradentes. Esta decisão ignora as tentativas de negociação feitas pelas famílias com órgãos públicos do Governo do Estado e da Prefeitura de Curitiba, atendendo apenas aos interesses empresariais do lixão ESSENCIS, que busca ampliar seu aterro, colocando em risco o meio ambiente e a saúde pública. Deseja-se jogar centenas de famílias nas ruas de Curitiba, sem qualquer assistência ou amparo, para que a empresa possa despejar impunemente seu lixo naquele local.

A situação se torna mais dramática diante do atual momento político e social. Com o crescente desemprego e a instabilidade econômica, as famílias não conseguem se manter pagando aluguel. Além disso, durante a tentativa de negociação para que essas pessoas não sejam simplesmente despejadas nas ruas sem qualquer ação que venha minimizar o problema, a COHAB Curitiba, a Prefeitura e o Governo do Estado não apresentaram qualquer proposta a não ser o despejo.

Além disso, desde novembro de 2015 o Prefeito Gustavo Fruet se comprometeu a regulamentar a Lei do Aluguel Social, uma conquista das trabalhadoras e dos trabalhadores sem-teto de Curitiba para fornecer assistência a famílias de baixa renda. Mas até agora nada foi feito. A Lei tramitou e foi aprovada na Câmara de Vereadores após muita luta, mas está engavetada por falta de vontade política.

Desta forma, alertamos para os efeitos dramáticos que o despejo forçado das famílias pode causar e apelar para que todas as vias institucionais de negociação sejam realizadas. Não é justo que centenas de famílias sejam despejas sem qualquer alternativa habitacional. Esperamos que reine o bom senso e não vejamos um conflito violento contra trabalhadores e trabalhadoras sem-teto.

Justiça e Moradia digna para as famílias da Ocupação Tiradentes!

#SomosTodosTiradentes #OcuparÉUmDireito

Curitiba, 25 de maio de 2016

Assinam: 

  1. Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto/PR (MTST)
  2. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra/PR (MST)
  3. Levante Popular da Juventude
  4. Centro de Formação Urbana e Rural Irmã Araújo – CEFURIA
  5. Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região
  6. Consulta Popular
  7. Cultura Resiste / Ocupação IPHAN
  8. Movimentos dos Trabalhadores Atingidos por Barragens/PR (MAB)
  9. Instituto Democracia Popular (IDP)
  10. Mandato da Vereadora Professora Josete
  11. União Paranaense dos Estudantes (UPE)
  12. União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES)
  13. União da Juventude Socialista (UJS)
  14. Psol Curitiba – Partido Socialismo e Liberdade
  15. Sindicato dos Psicólogos do Paraná (SINDYPSI)
  16. Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor)
  17. RUA – Juventude Anticapitalista
  18. Movimento Kizomba
  19. Marcha Mundial de Mulheres/PR (MMM)
  20. Brigada em Defesa do Brasil/PR
  21. Ocupação Bom Pastor
  22. Instituto Lixo e Cidadania
  23. Movimento Nacional do Luta por Moradia – MNLM
  24. Brigadas Populares/PR
  25. Movimento Nacional da População de Rua – MNPR
  26. Juventude Comunista Avançando – JCA
  27. Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica – Sessão Paraná – SINASEFE
  28. Movimento Avançando Sindical
  29. Esquerda Marxista
  30. Núcleo Sindical APP – Curitiba Norte
  31. Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Educação Paraná
  32. Terra de Direitos
  33. Rede Nacional de Advogados Populares -RENAP PR
  34. Instituto de Pesquisa, Direito e Movimentos Sociais – IPDMS
  35. Ambiens Sociedade Cooperativa
  36. Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba – SISMMAC
  37. Coletivo Nacional de Juventude Negra – ENEGRECER
  38. Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Petroquímica do Estado do Paraná – Sindiquímica
  39. Grupo de Estudos sobre Dinâmicas Metropolitanas – GEDIME
  40. Movimento de Organização de Base – MOB-PR
  41. Central Única dos Trabalhadores – CUT/PR
  42. APUFPR – Associação dos Professores da UFPR
  43. Movimento de Assessoria Jurídica Popular Isabel da Silva
  44. Promotoras Legais Populares de Curitiba – PLPs
  45. Fórum Popular de Mulheres
  46. Coletivo Alicerce
  47. Coletivo Reinventando Gêneros
  48. Coletivo Reinventar
  49. Mandato do deputado estadual Professor Lemos (PT)
  50. Juventude Socialista do PDT de Curitiba

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