- Parceria entre Promotoras Legais Populares Perifa e CEFURIA
O ano de 2024 trouxe avanços aos trabalhos das Promotoras Legais Populares – PLPs Perifa. Uma delas foi a parceria firmada em 09 de fevereiro de 2024 com o CEFURIA – Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo, que assumiu o papel institucional e de apoiador do projeto aprovado em edital do Ministério das Mulheres com Termo de Fomento nº 963753. O Projeto PLPs que conta com iniciativas por todo o Brasil tem como objetivo a formação popular e feminista de mulheres sobre direitos fundamentais, defesa e proteção de meninas e mulheres, identificação de violências, fortalecimento das mulheres por meio de conhecimento e trocas ao longo de todo o processo formativo. O direito das crianças também perpassa pelas ações das PLPs Perifa, onde é assegurado às mulheres durante a formação, uma ciranda, um espaço seguro onde as crianças permanecem, recebendo cuidados, orientações, brincadeiras, muitas histórias e alimentação saudável. O curso é gratuito, acontece uma vez por ano com metodologia baseada na educação popular, histórico no Movimento de Mulheres no Brasil, e no próprio CEFURIA, que tem como diretriz a educação popular, feminismos plurais e construção coletiva considerando sempre as perspectivas de gênero, raça e classe. Ao final do processo formativo é realizada uma formatura das turmas quando cada participante recebe o título de Promotora Legal Popular e um diploma simbólico tornando aptas para atuarem dentro dos espaços como líderes e defensoras, além da possibilidade de comporem a coordenação ou iniciarem outras coletivas de PLPs. O projeto também conta com apoio de instituições do Estado, sendo uma delas a Universidade Federal do Paraná que cadastra o projeto como extensão universitária, promovendo assim o vínculo da comunidade com a universidade, a criação de bolsas de extensão para estudantes e a aplicação da teoria na prática.
- Assinatura do Termo de Cooperação CEFURIA e ITCP – UFPR
No dia 1º de Novembro de 2024 ocorreu o 1º Encontro Geral da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP UFPR), no Auditório Eny Caldeira, Campus Rebouças, evento marcado pela assinatura dos Termos de Cooperação da ITCP com as instituições que promovem projetos populares em prol da comunidade. A assinatura dos termos firmou as novas parcerias estratégicas, mostrando o compromisso da incubadora com a continuidade e expansão das iniciativas populares. A servidora pública Cássia Guimarães, que também é coordenadoora do projeto pela ITCP, participou do momento de celebração da parceria ao lado das bolsistas que atuam no projeto, reforçando a importância da colaboração para o fortalecimento de ações de economia solidária, educação popular e defesa de direitos de meninas e mulheres.
- PLP’s Perifa nos territórios: Colombo/PR e Pinhais/PR
Após o sucesso da turma Carolina Maria de Jesus em Colombo no ano de 2023, primeira turma de Promotoras Legais Populares Perifa na RMC, com a formatura de 14 novas promotoras legais populares, em 2024 os trabalhos se fortaleceram ainda mais. De maio a dezembro de 2024 demos início à turma Maria da Penha, segunda turma de Colombo, que se formou em dezembro de 2024. Ampliando as ações, de julho a dezembro o projeto se estendeu para a região de Pinhais, formando a primeira turma no município, com o nome de turma Maria Eugenia Tavares Inácio. Um ganho para as comunidades, uma vez que o projeto visa o fortalecimento de mulheres por meio da formação popular e feminista, o acesso a informações sobre o direitos das mulheres, redes de proteção, identificação das formas de violências contra a mulher, atuação e responsabilidades do estado com as mulheres, construção coletiva entre outros. Dentre tantas pautas importantes para as mulheres e para a sociedade como um todo, as PLPs Perifa mantém a proposta de ciranda para as cursistas e equipe do projeto. A ciranda é um lugar preparado para acolher as crianças das mulheres que estão compondo o movimento. As mães recebem as formações, enquanto as crianças têm acesso a brincadeiras, histórias, jogos, rodas de conversa, um brincar livre delicioso, relações interpessoais e alimentação saudável, fornecida por um café coletivo, garantido pelas doações das coordenadoras do projeto e das contribuições das cursistas de desejam contribuir. Compreende-se que o deslocamento das áreas centrais de Curitiba, possibilita que mais mulheres acessem a formação, principalmente mulheres que residem em regiões afastadas, de maior vulnerabilidade social, privações de direitos básicos e ou situações de violências. Há ganhos também para a coordenação do projeto que fica mais alinhada com a realidade local, trazendo aprofundamento das ementas que direcionam os saberes abordados, tendo assim ferramentas, informações e dados para adaptação da formação, trazendo os saberes de acordo com o perfil de cada turma e as estruturas de cada município. Outro ganho considerado ao estar presentes nos territórios é a possibilidade de criar vínculos com as redes de proteção locais e instituições focadas em mulheres, que podem fortalecer as ações, além de firmar o movimento como um ponto para referência entre as necessidades locais e com os canais de denúncias dos municípios. O cronograma seguido por meio da educação popular inclui temáticas como Capitalismo e Patriarcado, Direitos Sexuais e Reprodutivos, Direitos da Mulher Trabalhadora, Saúde da Mulher, Mulher e Agroecologia, Estado Laico, Mulheres e Política, Mito da Democracia Racial, Violência contra a Mulher, o que fazer?, Mulheres e Economia Solidária, A Cultura da Violência contra a Mulher, Saúde Mental, Diversidade Sexual, dentre outros temas.
- Roda de Conversa sobre Identificação de Violências de gênero – CRAS de São José dos Pinhais
No dia 24 de outubro recebemos um convite do CRAS – Centro de Referência da Assistência Social do Parque das Flores de São José dos Pinhais, para facilitar uma roda de conversa com as mulheres que são assistidas pela instituição, a conversa se deu no contexto do Outubro Rosa. O tema da roda foi “Identificação das 5 formas de Violências previstas na Lei Maria da Penha”. Na mística, iniciamos com a leitura do poema “Hoje Recebi Flores” de autoria desconhecida, que descreve a história de uma mulher em um relacionamento abusivo. A violência física e psicológica aumenta gradualmente até que o parceiro acaba por matá-la. O poema apresentado para as mulheres, defende a conscientização sobre a violência contra a mulher e encoraja as vítimas a pedirem ajuda. Em seguida, pedimos que cada mulher se apresentasse e falasse um pouco sobre si, sendo este um grupo de mulheres que se fortalecem já algum tempo com o apoio e espaço da instituição, foi perceptível a proximidade e vínculos umas com as outras e também o perfil de liderança já presente em cada uma delas. A atividade proposta às mulheres foi que desenhassem uma silhueta em um papel Kraft e enquanto desenhavam pedimos que elas pensassem em palavras que definissem o ser mulher e comentassem sobre na roda. Levamos um material também para esta atividade que pudessem facilitar o entendimento e identificações das violências, neste momento ouvimos alguns relatos das mulheres sobre já terem sofrido violências físicas, psicológicas, patrimoniais, dentre outras e como buscaram ajuda para denunciarem e como isso impactou suas vidas. Vale ressaltar que as PLPs Perifa se disponibilizam para realizar rodas de conversa como esta com o intuito de ampliar as ações dos nossos trabalhos voltados ao enfrentamento a violência contra meninas e mulheres.
- Encontro no Assentamento do Contestado – Lapa – PR
No dia 23 de novembro de 2024, as PLPs Perifa estiveram presentes no Assentamento Contestado, localizado na Lapa (PR) para um momento de troca de experiências e aprendizado. Com o tema “Mulheres no Campo e Agroecologia”, a vivência reuniu mulheres do campo e da cidade para discutir a luta das mulheres na construção de um modelo de produção mais justo e sustentável. O encontro foi uma oportunidade para conhecer as práticas agroecológicas implementadas pelas mulheres do assentamento, que mostraram como a agricultura pode ser um instrumento de autonomia, resistência e valorização da biodiversidade. Iniciamos com uma roda de conversa para nos conhecermos, cada uma se apresentou e após as falas das facilitadoras Diane e Ana Gabriela, as agricultoras Camila e Zenilda, ambas do MST e integrantes do coletivo Julieta Hernández, trouxeram suas experiências e vivências no assentamento. A área onde hoje está localizado o assentamento era uma propriedade improdutiva, com dívidas e histórico de trabalho escravo. A ocupação ocorreu em 07 de fevereiro de 1999, e hoje é local de moradia e produção de alimentos, onde muitas mulheres estão à frente da produção das hortas, roças e criações, é feito o repasse de todo esse processo. As cursistas ficaram admiradas com a horta de plantas medicinais, os produtos feitos a partir das ervas e o conhecimento sobre como usá-los. Visitamos também a Cooperativa Terra Livre e a ELAA – Escola Latino Americana de Agroecologia que recebe alunos de vários países que estudam e residem no assentamento.
- Formatura de Promotoras Legais Populares Perifa – 2024
No último sábado, dia 14 de dezembro de 2024, o Auditório Eny Caldeira localizado no Setor de Educação da UFPR foi palco de um evento emocionante: a formatura das turmas do projeto PLPs Perifa 2024, nomeadas pelas formandas como Maria da Penha (Colombo) e Maria Eugênia (Pinhais). Sob a marchinha “ô abre alas que eu quero passar, eu sou da luta, não posso negar, sou promotora legal e popular!”, a celebração destacou a resistência, a força e o protagonismo das mulheres que, ao longo do ano, participaram das formações promovidas pelas PLPs Perifa. O evento contou com a presença de familiares, amigas e representantes de diversas organizações sociais e coletivos da região, que vieram prestigiar esse momento de conquista. A cerimônia foi marcada por discursos emocionantes, apresentações culturais e a entrega dos certificados às formandas. Cada momento reforçou a importância do projeto na construção de redes de apoio, na promoção dos direitos humanos e no fortalecimento das mulheres, principalmente em situação de extrema vulnerabilidade e exclusão social. Durante a solenidade, também foram compartilhados depoimentos das formandas, que destacaram o impacto positivo do curso em suas trajetórias pessoais e comunitárias. As Promotoras Legais Populares são mulheres capacitadas para atuar em suas comunidades, promovendo o acesso à informação jurídica e o fortalecimento de uma cultura de direitos. Neste ano, o projeto reafirmou seu compromisso com a formação de lideranças feministas, fomentando o diálogo e a construção de soluções coletivas para enfrentar as desigualdades de gênero e outras violações de direitos por que homens e mulheres são sujeitos de direitos. Que venha 2025!