Rede Mandala prestigia inauguração de barracão na comunidade Emiliano Zapata, em Ponta Grossa

Foto: Valmir Fernandes/MST-PR

A comunidade Emiliano Zapata, em Ponta Grossa (PR), recebeu, no último dia 11, a visita de quatro trabalhadoras na economia solidária da Rede Mandala. A delegação foi constituída por Gilvani (Gil), Bernadete, Silvia e Rosinei (Jacumasso). Estas atuam no empreendimento Costurando Sonhos e na Feira Permanente de Economia Popular Solidária.

No evento, alusivo à inauguração do novo barracão da comunidade, houve almoço festivo e um baile animado, além da feira de produtos sem veneno, produtos da economia solidária, e também artesanato feito com as mãos caprichosas de nossas artesãs. Essa atividade faz parte de um intenso carinho e atenção dos empreendimentos da Rede Mandala no meio urbano, intercambiar experiências, histórias, lutas e afeto com as agricultoras e agricultores espalhados por todo o Paraná.

Nesse caso, pela segunda vez, o espaço já visitado em 2018, foi o escolhido. Campo e Cidade formam uma mesma rede de cooperação solidária e comprometida com os valores da economia solidária, agricultura familiar e reforma agrária.

Essa conexão com o campo é um dos pilares da atuação do Cefuria, seja próximo de sua sede ou em outros espaços. Exemplo disso é o curso de cooperativismo que beneficiou, neste ano, dezenas de lideranças de cooperativas ou associações no meio camponês.

Foto: Valmir Fernandes/MST-PR

18 anos de resistência

Localizado a 20 km da cidade de Ponta Grossa, no acampamento Emiliano Zapata vivem 70 famílias, divididas em 50 unidades produtoras – denominação escolhida pela própria comunidade ao invés do usual “lote” – que cultivam cereais, hortaliças, árvores frutíferas, ervas medicinais e possuem diversas criações.

Além de usada para o consumo próprio das famílias, o excedente da produção é comercializado principalmente para merenda escolar, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e nas Feiras Verdes de Ponta Grossa, através da Cooperativa Camponesa de Produção Agroecológica da Economia Solidária (Cooperas).

Os camponeses que vivem no Emiliano Zapata já participaram das ações de solidariedade que estão sendo promovidas pelo MST desde o início da pandemia. São toneladas de alimentos produzidos pela comunidade e doados para famílias vivendo em situação de vulnerabilidade na região urbana.

Previamente organizados no município de Palmeira, mais de 150 famílias conquistaram a área em 2003, quando o MST organizou diversos acampamentos em áreas com decreto de desapropriação. Este território pertencia a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), que de acordo com o MST, estava sendo utilizada para o cultivo de pinus elliottii, com fins econômicos da iniciativa privada e também plantio de soja e experimentos com sementes transgênica e ainda estava ocorrendo na área um processo de tomada de terra públicas, através de grilagem. Foram diversos obstáculos superados pelas famílias para permanecer no território. Através da união, a comunidade persiste resistindo.

*Com fotos de Valmir Fernandes e textos de mst.org.br

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