As redes também se destacam pela busca da sua sustentabilidade e dos ecossistemas
As redes de economia solidária são formas de resistência face ao contexto de mudanças econômica, social, política e cultural das últimas décadas no Brasil, incorporando trabalhadores/as, militantes de movimentos sociais, comunidades científicas, entidades de apoio e fomento à ecosol, setores religiosos, gestores públicos, entre outros.
Trabalhar em rede é, além de fortalecer os empreendimentos em suas singularidades, em termos de conhecimentos, de logística e de produção, é também construir uma visão mais ampla de quem produz e de quem consome, conectando os vários elos da cadeia produtiva ou reunindo integrantes de um mesmo ou de diversos segmentos.
Nesse âmbito, cooperativas populares, associações e grupos de trabalhos informais se interligam favorecendo a direta relação entre o produtor e o consumidor – evitando o atravessador – por meio da prática do consumo justo e solidário.
Tal prática costuma trazer a necessária transparência do que existe por trás de um produto/serviço, tais como coletivos de trabalhadores/as, os quais, muitas vezes, encontravam-se em condições econômicas precárias, atuando em boa medida de forma autogestionária, distribuindo a riqueza produzida, cooperando entre si. A rede também tende a melhorar a autoimagem do/a trabalhador/a, dignificando-o/a; a do próprio coletivo, que se fortalece e que pode vir a contribuir com o desenvolvimento da região em que está inserido.
As redes também se destacam pela busca da sua sustentabilidade e dos ecossistemas. Pensar no outro, nas gerações futuras, na terra, na água, na vida como um todo também faz parte dos princípios da Ecosol sendo um diferencial cada vez mais exigido pelos consumidores. Nesse sentido, outra economia já acontece.
* Professora da UTFPR e representante do Coletivo Tecsol – Incubadora de Economia Solidária
Edição: Laís Melo
Fonte: Brasil de Fato