Por todas nós: Ato pelo fim da cultura do estupro será realizado em Curitiba, no próximo dia 5

Violência mulher

O caso do estupro da jovem carioca que circulou nas redes sociais na última semana é um, dentre tantos, que aponta como a cultura do estupro ainda é forte em nosso país. Para fortalecer a luta pelo rompimento dessa cultura que oprime, violenta e mata mulheres todos os dias, será realizando no próximo domingo (5), um ato em solidariedade à todas as mulheres vítimas dessa barbárie. O ato será realizado na Praça Santos Andrade, em Curitiba, a partir das 15h.

Este é o segundo ato em solidariedade à vítima – e à todas as mulheres – realizado na cidade. Uma vigília na Praça Santos Andrade reuniu cerca de 50 pessoas na última quinta-feira (26), que cobravam a punição dos estupradores.

O caso circulou pelas redes sociais na última semana, revelando o estupro coletivo de uma jovem de 16 anos, do Rio de Janeiro. Na gravação, um dos rapazes aponta que mais de 30 homens teriam participado da ação.

No Brasil, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em 2014, foram quase 50 mil mulheres vítimas desse crime, no país.

Cultura do estupro presente nas instância de poder

A repercussão do caso também indica a forte cultura do estupro que está presente, inclusive, nas instâncias do poder público como na Polícia Civil e no próprio Congresso Nacional.

Apesar das provas dos crimes de estupro e exposição cometidos, o delegado responsável pela investigação do caso, Alessandro Thiers, foi afastado após ter alegado não “haver indícios” de estupro. O delegado também constrangeu a vítima durante seu depoimento. Comentários em notícias e em postagens nas redes sociais também culpabilizam a vítima, em uma demonstração de como o machismo e a misoginia estão presentes em nossa cultura. Em protesto à isso, está sendo usada nas redes sociais a hashtag #NãoÉCulpaDela

No Congresso Nacional, uma Comissão especial da Câmara já aprovou, no fim do ano passado, uma proposta de autoria de Eduardo Cunha que torna crime ajudar a informar mulheres sobre a utilização de substâncias que evitem o desenvolvimento de uma gravidez – como a pílula do dia seguinte. Nos casos de estupro, o aborto só poderá ser realizado caso haja algum exame de corpo de delito e comunicação à autoridade policial, algo não exigido atualmente. Estima-se que apenas 30% a 35% dos casos sejam registrados.

O deputador Jair Bolsonaro também foi condenado, no fim do ano passado, a pagar indenização para a deputada Maria do Rosário, após insultá-la e ameaçá-la e promover o estupro ao dizer que não a estupraria porque “não merece”.

Tenha mais informações e confirme presença nos eventos do Facebook: goo.gl/eE7bmG e goo.gl/gMoF2r

 

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