Coopera Rua faz balanço de atividades desenvolvidas em 2015

As atividades desenvolvidas em 2015 pelo Projeto Coopera Rua foram analisadas durante reunião do Comitê Gestor do projeto, realizada na última segunda-feira (7). Membros de instituições que trabalham no atendimento e acompanhamento de pessoas em situação de rua da cidade integram o Comitê, para acompanhar e contribuir no desenvolvimento do projeto.

Comitê Gestor

Comitê Gestor

Educadores populares do Coopera Rua, representantes do Cefuria, do Movimento Nacional da População em Situação de Rua de Curitiba (MNPR), da Casa de Acolhida São José e da Fraternidade Toca de Assis estiveram presentes no balanço de atividades do ano. O Comitê Gestor é também integrado por representantes do Ministério do Trabalho e Previdência Social e do Serviço Franciscano de Solidariedade. Outras entidades estão sendo convidadas para integrarem o coletivo.

O projeto, desenvolvido desde outubro de 2014, tem como objetivo fomentar a geração de renda para a população em situação de rua através de iniciativas de economia solidária. Para isso, rodas de conversa e um curso de formação de agentes de desenvolvimento local foi realizado, ao longo de 2015.

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Rodas de conversa

Com o propósito de sensibilizar as pessoas em situação de rua para elevação do nível de escolaridade e para fomentar o debate político dessa população, 30 rodas de conversa foram realizadas pelo Coopera Rua. Desenvolvidas em espaços parceiros, onde havia uma concentração de pessoas em razão da prestação de serviços como alimentação e higiene, as atividades beneficiaram cerca de 500 pessoas. Através da pedagogia freireana, as rodas discutiram as temáticas Direitos Humanos, Políticas Públicas, Cultura e Arte na Rua e Economia Solidária.

Educador popular do Cefuria, André Fedel conta que a população em situação de rua vem participando ativamente das rodas. “Estamos rompendo o formato de palestra, onde as pessoas sentam e só escutam. A atividade propõe dialogar com as pessoas. Elas estão vendo que o espaço de fala é delas e estão se apropriando dele”.

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Roda de conversa

Integrante do MNPR, Carlos Umberto Santos destaca a utilização de elementos artísticos para o desenvolvimento das rodas de conversa, como canto e poesia, que contribuem na sensibilização dos participantes. Ele também avalia como positiva a atividade proposta. “É interessante porque traz o problema, mas traz também a solução”.

Agentes de Desenvolvimento Local

Para fortalecer uma rede de pessoas que visem o fortalecimento da população em situação de rua, o Coopera Rua desenvolveu desde outubro o Curso para Formação de Agentes de Desenvolvimento Local. Distribuída em dez etapas, com finalização no início de dezembro, a atividade reuniu pessoas em situação de rua e apoiadores para debaterem temas comuns à realidade dessa população, e formas de superar a violação de direitos e oportunidades. Trajetórias de vidas, Modos de Produção, O trabalho e o trabalhador(a) no capitalismo; Lideranças e Lutas populares, Economia Popular Solidária, Gênero e raça, foram algumas das temáticas trazidas para a discussão.

Cerca de 50 pessoas participaram dos debates ao longo desse período. “Na percepção da equipe, o curso foi além daquilo que se tinha como proposta. Apesar de não estar previsto, os participantes demandam a continuidade de encontros e discussão”, conta o educador popular do Cefuria, Charles Martins.

Carlos Umberto destaca a importância da troca de experiência entre profissionais de diversas áreas de atuação com as pessoas que estão em situação de rua e essa população. “Ali todo mundo é igual”, aponta.

>> Leia aqui os relatos de Educação Popular do Curso de Agentes de Desenvolvimento Local

A população em situação de rua de Curitiba

Roda de conversa (23-04-2015) (1) - Cópia

Roda de conversa

O projeto Coopera Rua também prevê a identificação de ao menos 600 pessoas que estão  em situação de rua em Curitiba, para que seja possível entender melhor quem é essa população. Para isso, três educadores populares frequentam praças e espaços acessados por essas pessoas, na busca por maior contato com esse público.

Idade, serviços acessados, profissão, habilidades e interesses, são algumas das questões trazidas nos formulários que estão sendo aplicados. Até o momento, foram mapeadas quase a metade das pessoas pretendidas. Leonildo Monteiro, educador popular do Cefuria e Coordenador do MNPR, apontou que as informações coletadas poderão ajudar na luta por políticas públicas efetivas para a população em situação de rua. Também servirão como instrumento para o desenvolvimento de empreendimentos de economia solidária, a partir das habilidades apontadas pelas pessoas.

O ano de 2016 deve ser marcado pela continuidade e avanço das atividades, com grandes perspectivas e desafios. A partir da aproximação e entendimento de quem é a população em situação de rua de Curitiba, será incentivada a criação de coletivos que se organizem na perspectiva da economia solidária.

O projeto Coopera Rua é resultado de parceria firmada entre Cefuria e o Ministério do Trabalho e Previdência por meio da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes). (Convênio n°811.901/2014).

Encerramento e formação do grupo

 

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