A Coopersol (Cooperativa de Reciclagem do Paraná) busca por melhores estruturas, condições de trabalho e espaços mais adequados para o trabalho dos catadores de materiais reciclados. Criada em 2012, a Cooperativa é uma articulação de nove associações, atingindo cerca de 200 trabalhadores.
Realizar atividades de educação e formação políticas que visam maior autonomia também é uma prioridade da Coopersol, construída coletivamente para além de cada uma das associações. A cooperativa conta com o apoio do Cefuria, que trabalha na perspectiva da educação popular com grupos de catadores desde 2008. As associações que formam a cooperativa estão localizadas em Curitiba e na Região Metropolitana, como Almirante Tamandaré, Piraquara, Quatro Barras e Campo Largo.
A multiplicação de experiências próprias e a discussão das dificuldades tende a fortalecer o trabalho de cada associação e permite a superação de problemas recorrentes na realidade dos catadores, como questões de moradia e a erradicação do trabalho infantil. No caso da Associação de Catadores de Material Reciclável Ilha, localizada em Almirante Tamandaré, busca-se pressionar o poder público para que a fonte de água e luz seja regularizada. Além disso, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, com prazo para agosto deste ano, prevê que as cidades desenvolvam planos de gestão do lixo, e a atuação dos catadores e suas organizações interferem diretamente no processo.
Segundo Sandra Lemos, catadora e presidente da Associação de Catadores Mutirão, unir esforços na Coopersol contribui para demandas típicas da categoria, como eliminar a figura do “atravessador”: organizados coletivamente, os catadores conseguem vender os materiais reciclados diretamente à indústria, ao invés de enriquecer compradores e empresários da reciclagem. Assim, as famílias dos catadores aumentam consideravelmente a renda.
Outra demanda da categoria é por uma maior divulgação dos acontecimentos em que esteja envolvida. “Há pessoas próximas do barracão que ainda não sabem quem somos, com divulgação isso pode mudar”, ilustra Sandra.